sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

DICAS PARA MEDIÇÃO ATERRAMENTO RESIDÊNCIAS


Como fazer a medição de corrente do aterramento?

Por quê executar a medição do aterramento?

Para verificar a eficiência do mesmo, já que apenas seguir os passos indicados, não é sinal de aterramento eficiente, tendo em vista que a relação de qualidade do solo x quantidade de hastes x comprimento e bitola dos fios, nem sempre é uma fórmula padrão para se obter os melhores resultados.

Executando medição de corrente do aterramento metodo 1

Os métodos aqui dispostos medem a resistência do aterramento para saber se o mesmo está apto à proteção elétrica e ganho dos demais benefícios citados .
Passo 1
- A medição inicial do aterramento é feita entre o orifício da fase e o orifício do terra .
Esta medição terá que mostrar um valor aproximado do valor obtido entre fase e neutro, conforme mostrado na página anterior.
As ponteiras podem ser inseridas em qualquer ordem, independente da cor.
Passo 2
- A próxima medição do aterramento é feita entre o orifício do neutro e orifício do terra terá que dar um valor de preferência abaixo de 3.0v, caso esteja acima, é possível que o aterramento esteja ineficiente ou mal feito.
As ponteiras podem ser inseridas em qualquer ordem, independente da cor. No exemplo abaixo a medição deu 1.8v.
Nota:
1 – Caso o valor medido entre neutro e terra seja: “0 volt”, não será referência de que o aterramento está eficiente, muito pelo contrário, isto pode indicar a falta completa de aterramento.
2 – Anualmente ou semestralmente meça o aterramento, pois podem ocorrer afrouxamentos e oxidações das tomadas e pinos, e isto pode ocasionar a falta de aterramento sem que o usuário perceba.

Executando medição de corrente do aterramento método 2

Um outro método usando uma lâmpada de 60w é tido por alguns como mais preciso e confiável que o anterior.
Esse método é utilizado em substituição à medição com o terrômetro, que é um aparelho específico para medir a resistência de um aterramento.

Com custo elevado, o terrômetro, é um item que não faz parte da maleta de ferramentas da grande maioria dos eletricistas.
O teste consiste em medir a voltagem entre fase e terra de uma lâmpada incandescente de 60w conectada a um bocal e comparar com a medição entre fase e neutro da mesma tomada.
A averiguação se dá observando o valor das diferenças obtidas.
O ideal, é que a diferença seja de até 10 volts para rede de 110v e de até 20v para rede de 220v.

Material necessário:
A – Multímetro;
B – Um soquete/bocal com dois pinos para lâmpada (conforme foto 1 logo abaixo) ou soquete/bocal tradicional para conexão de fio (conforme foto 2 logo abaixo).
C – Uma Lâmpada incandescente de 60w;
D – Dois pedaços de fio de uns 20cm com as 4 pontas descascadas. (melhor não usar fio muito fino).

Passos:

1 – Conforme descrito nas páginas anteriores, ajuste o voltímetro para ler corrente alternada (ACV).
2 – Marque 200 se a rede a ser medida for 110v e se a rede for 220v, marque 750, conforme fora aprendido antes.
3 – Meça a voltagem existente entre fase e neutro e anote o valor obtido, conforme a foto a seguir.
4 – Com os passos anteriores devidamente efetuados, conecte a lâmpada no bocal, parafuse os fios nos conectores do bocal/soquete, ou enrosque nos pinos (se este foi o modelo de bocal/soquete adquirido).
5 – Após este passo, conecte o fio da lâmpada com o bocal nos orifícios do fase e do terra (Não existe polaridade quando se liga lâmpada diretamente na tomada).
6 – Se a lâmpada acendeu corretamente, meça a corrente conforme a foto .




Resultado:
Observe que a medição entre fase e terra com a lâmpada conectada deu 112.9 volts, e a mediação entre fase e neutro deu 117.3 volts, portanto, ocorreu uma diferença de 4.4v, que está dentro do padrão recomendado como uma boa condição de aterramento.
Relembrando que a constatação para esta boa condição é que a diferença seja de até 10 volts para rede de 110v e de até 20v para rede de 220v.

A ESCOLHA DO FUSÍVEL


A escolha do fusível… características!


Para o dimensionamento de um fusível, deve-se levar em conta principalmente as grandezas elétricas principais que são:
corrente nominal corrente de curto circuito e tensão nominal.

São aqueles dispositivos normalmente indicados para proteção do circuito elétrico e do equipamento em caso de curto circuito.
É composto de fusível e base, sendo utilizado por indústrias e oficinas em que existam máquinas, motores ou fornos elétricos de grande e média potencia.
Ocasionalmente podem ser encontrados em imóveis ou prédios de condomínios caso tenham em uso, máquinas ou motores de grande capacidade, desde que exista um profissional eletricista contratado para efetuar a manutenção elétrica.

Tipos de fusíveis

Efeito Rápido- Usados em circuitos que não possuem considerável variação de corrente entre a ligação do circuito no equipamento e seu funcionamento normal, ou seja, quando acionamos o equipamento, ele não gera e o um pico de corrente alta, como por exemplo: Luminárias, Fornos, etc., etc.
Efeito Retardado- Utilizados em circuitos em que as correntes na partida alcance valores superiores a corrente normal de funcionamento, ou em circuitos que tenham sobrecarga por pequenos períodos como, por exemplo: Motores elétricos e cargas capacitivas em geral.
Efeito Ultra Rápido- apropriados para instalações industriais na proteção de semicondutores, tiristores, GTO’S e diodos (Equipamentos com circuitos eletrônicos) que precisam de corte rápido em caso de curto para não danificar esses circuitos eletrônicos.

Instalação de fusíveis Diazed ou NH

Os fusíveis Diazed ou NH devem ser instalados sempre no início do circuito a ser protegido.
O local deve ser arejado para que a temperatura iguale a do ambiente.
A instalação deve ser feita de maneira que facilite a inspeção e manutenção de acordo que permita o manuseio sem causar perigo de choque ao profissional operador.

Principais caracteristicas dos fusíveis NH e DIAZED

Corrente Nominal- Corrente máxima que o fusível suporta sem interromper o funcionamento do circuito.
Esse valor é indicado no corpo de porcelana do fusível.

Corrente de curto circuito- Corrente máxima que o circula no circuito elétrico (curto), e que deve ser interrompida imediatamente com a queima do fusível.
Capacidade de ruptura- (KA) - Valor de corrente que o fusível é capaz de interromper com segurança, e não depende da tensão máxima da instalação.
Tensão Nominal- Tensão indicada para que o fusível foi construído.
Os fusíveis normais (baixa tensão) são indicados para tensões em serviço de até 500 volts em CA (corrente alternada) e de até 600 volts em CC (corrente contínua).

Variações na construção dos fusíveis

Existem outras variações na construção de fusíveis.
Isto porque são especificados para determinados tipos de equipamentos a que vão proteger utilização de espaço útil, especificação expressa do fabricante do equipamento, etc., etc.

Seguem a mesma linha e proteção do fusível NH e DIAZED:
Fusível Neozed

Ação retardada, roscavel.
Tensão nominal: 400 volts em corrente alternada
250 volts em corrente continua

FUSÍVEIS NH – Fabricados em duas partes: a base e o fusível propriamente dito, que suportam elevadas tensões, sem que ocorra a fusão de seu elemento de corte (elo fusível).
A base é fabricada de material isolante tipo plástico ou outro material, onde estão fixos os contatos tipo garra em que são acopladas as molas para aumentar a pressão de contato.
O fusível é construído em porcelana no formato retangular, e dentro deste corpo está o elo fusível, que é em forma de lâminas que se encaixam com perfeição nas garras da base.
Essas lâminas são vazadas (perfuradas) em alguns pontos para reduzir a seção condutora.
Para a substituição deste fusível existe uma ferramenta chamada “(Punho saca fusível), evitando assim o manuseio direto com as mãos m caso de substituição do Fusível, evitando acidentes”.
São usados em circuitos onde acontecem picos de corrente e onde exista carga indutiva e capacitiva.
Permitem valores de corrente de 6 a 1200 amperes, e sua capacidade de ruptura (fusão do elo fusível), é sempre acima de 70 KA, com tensão máxima de 500 volts.

Fusível Diazed gG

Roscável, tamanho DII
Tensão nominal : 500 volts em corrente alternada
220 volts em corrente contínua

FUSÍVEL DIAZED – Podem ser para ação rápida ou retardada.
Na ação rápida são usados em circuitos resistivos, ou seja, sem picos de corrente, como lâmpadas e fornos.
Na ação retardada, são utilizados em circuitos com motores e capacitores, sujeitos a picos de corrente.
Demoram mais em abrir (cortar) a condutividade da corrente, pois os picos de corrente nos motores e capacitores são momentâneos.
Esses fusíveis são construídos para valores de no máximo 100 ampères, e sua ruptura na capacidade de 70 KA sob uma tensão e até 500 Volts.
É composto de base aberta ou protegida e tampa fusível, além de parafuso de ajuste e anel.
A base é de porcelana, e dentro está o elemento metálico roscável internamente e ligado a um dos bornes. O outro borne está isolado do primeiro e ligado ao parafuso de ajuste.
A tampa normalmente em porcelana fixa o fusível a base e não se inutiliza quando o fusível queima (abre o circuito).
O parafuso de ajuste tem como função, impedir o uso ou troca de fusível de capacidade superior ou inferior apropriada para a proteção do circuito. Este parafuso é montado com uma chave especial.
O anel também de porcelana com rosca interna protege a rosca metálica da base aberta, impossibilitando contatos manuais acidentais na troca do fusível.
Finalmente, o fusível é confeccionado em porcelana e nas extremidades é preso um fio de cobre puro ou recoberto por uma camada de zinco.
A parte interna é preenchida com areia especial, com a função de evitar e extinguir a criação do arco voltaico (aquela centelha de cor azul que é produzida quando acontece um curto circuito), como também para prevenir o risco de explosão, quando da queima do fusível.
Fusível Cilíndrico

Aplicação geral
- Ação retardada
- Tamanho 10 x 38 (porcelana)
Fusível SITOR (Silized)
Obs.: Repare as laminas com seus cortes especiais para o engate na base
Corte Ultrarrápido – Corrente nominal de16 a 900 ampères
Fabricado em cinco tamanhos diferentes e utilizados em:
600 a 2500 volts em corrente alternada
440 a 600 volts em corrente contínua

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

SISTEMA ENERGIA CC

Sistemas de Energia CC: O que é uma Infra de Sistema de Energia CC?


Dentre os sistemas de facilidades da infraestrutura de um site de Telecomunicações, o Sistema de Energia CC (corrente contínua) tem por finalidade o fornecimento de alimentação nas tensões de -48 ou 24 volts aos equipamentos eletrônicos do site.

Ele tem por objetivo alimentar todas as cargas críticas e essenciais à operação e manutenção da estação, garantindo níveis e oscilação de tensão compatíveis com os equipamentos eletrônicos, além de suprir a alimentação durante períodos de falta de energia principal do site, proveniente do sistema de energia CA (corrente alternada).

Além da alimentação dos equipamentos específicos para telecomunicações, as seguintes cargas são normalmente alimentadas pelo sistema de energia CC:
  • Sistema de iluminação de emergência;
  • Sistema de combate a incêndio;
  • Sistema de ventilação de emergência dos equipamentos eletrônicos de telecomunicação;
  • Sistema de Controle de Alarmes.
Nas instalações no Brasil existem três tipos mais populares de configurações dos Sistemas de Energia CC: em containers, gabinetes e estações centrais.

Sistemas em Container

Neste tipo de aplicação, em que o ambiente é fechado (indoor), a estrutura é construída em concreto, aço ou alumínio. No Brasil é muito comum a utilização também de construções de alvenaria. Estas estruturas são normalmente equipadas com equipamentos de Ar Condicionado (HVAC - Heating, Ventilating and Ar Conditioning) para o controle climático necessário ao bom funcionamento dos equipamentos eletro-eletrônicos.

Esses sites podem ser de diversos tamanhos, dimensionados em função da finalidade a que se destinam, tais como estações repetidoras ou então ERBs em redes wireless. Usualmente são utilizados uma ou duas fileiras de banco de baterias do tipo selada (VLRA - Valve Regulated Lead Acid), numa configuração paralela para energia standby necessária para as aplicações de telecomunicações. Estes sites utilizam +24Vcc ou -48Vcc como fonte de energia. Para o caso de falta de energia CA da concessionária publica, ou fornecida por um GMG (Grupo Moto Gerador), o banco de baterias é normalmente dimensionado para prover energia ininterrupta por 8 a 12 horas.

Sistemas em Gabinete Outdoor

Este tipo de aplicação é típica para gabinetes remotos de sistemas wireless do tipo outdoor. Nestes casos as dimensões vão desde pequenos gabinetes instalados em postes até gabinetes maiores instalados em topos de prédio ou terrenos urbanos ou rurais; como é o caso de aplicação em telefonia.

O equipamento de energia CC é normalmente integrado com o gabinete, ou então montado num armário ao lado do gabinete. O banco de baterias é normalmente dual, provendo paralelismo para energia standby, com baterias do tipo seladas. Nestas aplicações são comuns também alimentações de +24Vcc ou -48Vcc.

Sistemas em Estações Centrais

Este tipo de aplicação é diferente das duas anteriores apenas na magnitude dos equipamentos dos equipamentos de energia e no número de fileiras de baterias, que são requeridas para suportar a falta de energia por longos períodos de tempo, ou por falha nos equipamentos de energia. Alguns sistemas podem chegar de 10 a 20 fileiras de baterias do tipo seladas (VRLA) ou não seladas (FVLA - Free Vented Lead Acid). Estes sistemas podem ter que suportar diretamente correntes contínuas na ordem de 10.000 A ou mais.

Em sistemas nesta escala, encontram-se grandes barramentos de cobre, equipamentos de energia de alta capacidade, em configurações por gabinetes em paralelo que permitam fornecer potências para toda a estação de telecomunicações. Devido ao esquema complexo de distribuição de energia no site, existem gabinetes de distribuição intermediária, que provêm uma proteção e distribuição secundária, que alimentam os quadros de distribuição onde estão alimentados os equipamentos de consumo final. É comum também os arranjos de distribuição paralela em dois circuitos independentes de energia

Sistemas de Energia CC: Princípio de Funcionamento do Sistema

Olhando a figura abaixo, da esquerda para a direita, o sistema inicia com a Unidade Retificadora (URCC - Unidade Retificadora de Corrente Contínua) que converte a alimentação CA de entrada em energia CC. A alimentação é proveniente do sistema de energia AC, resultado da decisão entre a que provem da concessionária de energia, ou na falta momentânea desta, de um Grupo Moto Gerador - GMG.

Existem Unidades Retificadoras para alimentações de entrada do tipo monofásica ou trifásica, em tensões de 127 ou 220 Vca. A Unidade Retificadora fornece em sua saída a alimentação DC, em dois valores mais usuais de +24 Vcc ou -48 Vcc, que alimentarão os consumidores e as baterias em seu ciclo de carga. Existem configurações de arranjos que permitem a conexão em paralelo de duas ou mais unidades, de maneira a aumentar o índice de disponibilidade do sistema.

O bloco do desenho identificado por baterias é na realidade um conjunto, denominado por banco de baterias, formado por elementos interligados em série de 12 ou 24 elementos, cada qual com uma tensão nominal de 2 Vdc, perfazendo então 24 Vdc ou 48 Vdc. As baterias estão presentes como dispositivos de reserva de energia no caso da falta de energia fornecida pela Unidade Retificadora, seja por queda da energia AC de entrada ou por alguma falha na Unidade Retificadora. É usual a configuração de no mínimo dois bancos de baterias independentes.

A Unidade de Supervisão (USCC - Unidade de Supervisão de Corrente Contínua) é responsável pela supervisão e controle do sistema de energia CC. Em regime de operação normal a USCC mantém a supervisão de todos os elementos, fornecendo sinalizações de status desses componentes em indicações locais (painéis de sinalização) ou remete a algum sistema de gerenciamento remoto que porventura houver.

Toda e qualquer instalação elétrica tem como um de seus elementos o quadro de distribuição de energia aos seus consumidores (termo este utilizado para identificar o que está conectado no sistema de energia). São duas as finalidades. A primeira é proporcionar um primeiro nível de seletividade de proteção contra curto-circuito de uma carga provida por um equipamento ligado ao sistema CC.

A segunda é a possibilidade de conexão e desconexão de energia para a instalação de equipamentos, sem que interfira na alimentação dos demais consumidores. No caso de haver a disponibilidade de dois circuitos provenientes dos retificadores e banco de baterias, os Quadros de Distribuição fornecem dois ramos de circuitos independentes aos equipamentos consumidores, normalmente identificados por circuitos "A" e "B".
Sistemas de Energia CC: Características Técnicas e Funcionais dos Componentes

A escolha dos componentes e dispositivos elero-eletrônicos está muito relacionada à área de aplicação. Numa instalação elétrica de energia CC, a fim de facilitar e garantir a interface entre os diversos componentes, existem normas e padrões para a fabricação e operação, que são estabelecidas por entidades privadas ou públicas.

No caso de telecomunicações as internacionais mais conhecidas são a ITU-T, IEEE e ANSI. No Brasil, temos a ABNT e as recomendações da Anatel, que herdou muitas das regras estabelecidas pela antiga Telebrás. Ao final deste trabalho estão citadas as principais referências para aplicação aos sistemas de energia DC. Na seqüência estão apresentados algumas informações gerais a respeitos das características técnicas e funcionais dos componentes descritos no item anterior.

Baterias

Mesmo se tratando do uso para telecom, existem uma série de tipos e arranjos de baterias determinados pela aplicação, tecnologia e custos.

Tipos de baterias segundo a composição do material interno

Alcalinas (Níquel-Cádmio) e Ácidos (Chumbo Ácido).

Tipo de baterias segundo seu aspecto construtivo

Seladas (VRLA - Valve Regulated Lead Acid) e Não-Seladas (FVLA - Free Vented Lead Acid). É mais comum a utilização das seladas pela não liberação de gases ao ambiente e redução de intervenções de manutenção. Quando utilizadas as não-seladas, devido a emissão de gases nocivos, elas devem ser instaladas em salas exclusivas, com sistemas especiais de controle do ar ambiente.

Vida Útil Projetada ou Tempo Médio de Duração

As baterias são fabricadas e devem ter garantia para ter uma vida média de 10 anos, desde que trabalhando em temperaturas adequadas, que normalmente é em torno de 25ºC.

Tensões de Flutuação (Volts)

Tensão na qual a bateria está em plena carga e sem carga conectada. Para uma célula de bateria seladas de 2Vdc, a tensão normal de flutuação é de 2,23 a 2,27 volts.

Flutuação: Regime de carga da bateria quando o fornecimento de corrente para os consumidores é feito pela URCC, não havendo débito de corrente por parte das baterias. A corrente consumida pelas baterias (fornecida pela URCC) é destinada a compensar as perdas por auto-descarga dos elementos e manter a carga completa das mesmas.

Capacidade em Ampere-Hora (Ah)

É a capacidade de fornecimento de energia definida em ampére-hora. Existe uma gama muito grande de fornecimentos segundo a capacidade, podendo variar de 50 a 3000 Ah.

Dimensões (cm) e Peso (Kg)

Estes dois parâmetros são importantes para o dimensionamento do espaço em que as baterias estarão instaladas. Uma bateria de um elemento de 2 Vdc, de 100(L)x200(P)x400(A) cm, pode pesar de 20 a 30 Kg.

Banco de Baterias

Nas aplicações em telecomunicações é muito comum a necessidade de grandes autonomias para operações por parte das baterias, que se traduz na definição da capacidade de carga de uma bateria. Um banco de bateria é portanto um arranjo serial de elementos de baterias que permite configurações de grandes autonomias de energia CC.

A dimensão física desses arranjos de baterias é proporcional à necessidade de autonomia de energia. Assim, verdadeiras salas de baterias são por vezes encontradas nas plantas de telecomunicações, como é o caso das centrais descritas anteriormente.

Um exemplo típico de descrição de especificação de fornecimento de um banco de bateria seria:

"O conjunto de baterias deverá ser fornecido na tensão nominal de -48 VCC, e deverá atender ao que se segue:

Deverão ser fornecidos 02 (dois) bancos de baterias seladas, independentes, tipo chumbo ácidas reguladas por válvula, montadas em painel metálico auto portante ou em estante metálica aberta.

Caso a opção seja painel metálico, esse deverá ser fornecido com proteção de acrílico na porta, devidamente projetado para permitir uma troca de ventilação interna que evite o acúmulo de gases. A Contratada também deverá fornecer o banco de baterias totalmente montado e interligado internamente."

E segue quanto aos cuidados quanto ao dimensionamento do Sistema de Ar Condicionado no local de sua instalação.
"O projeto da instalação elétrica e sistema de ar condicionado deverá considerar as características particulares desse tipo de bateria no tocante à garantia da temperatura ambiente e manutenção em flutuação, nos padrões do fabricante. Temperaturas acima da especificada pelo fabricante, variações bruscas dessa temperatura ou falha do sistema de flutuação do retificador implicam em perda significativa da vida útil do banco."
E quanto a sua autonomia:
"A autonomia mínima do banco deverá ser de 10 h, com tempo de recarga profunda máximo de 10 h para 80% da carga. A vida útil do banco deverá ser superior a 10 (dez) anos, totalmente garantida pelo fabricante."
Unidade Retificadora de Corrente Contínua

De igual maneira que as baterias, existe uma quantidade grande de soluções de Unidades Retificadoras no mercado. É usual os fabricantes fornecerem um solução conjunta com a Unidade de Sinalização de Corrente Contínua (USCC).

Tensão de Alimentação de Entrada AC

127 ou 220 Vca nominais, podendo ser monofásica ou trifásica, dependendo do tipo de retificador.

Faixa de Variação de Tensão de Entrada

+/- 15% em relação ao valor nominal.

Faixa de freqüência

Especificação da freqüência da rede elétrica de entrada ou do GMG, que para o Brasil é de 60 Hz +/- 5%. Cuidado em espacial quando o for o caso de importação de regiões em que o fornecimento é de 50 Hz.

Configurações de Redundância N+1

Com a finalidade de aumentar o nível de disponibilidade da unidade retificadora, é comum a solução que permita o paralelismo entre URCC, onde N representa o número de módulos utilizados mais um único modulo reserva.

A URCC deve ser dimensionada para alimentar todas as cargas em CC e, simultaneamente, alimentar as baterias em condição de descarga profunda.

Rendimento e Fator de Potência

Esta informação é um dos critérios de qualidade das Unidades Retificadoras. Baixos rendimentos significam perdas na forma de calor. Valor típico é 90% e 0,98, respectivamente.

Níveis de Saída de CC

Para a alimentação de -48Vcc, a norma estabelece as seguintes faixas:

Faixa estreita (consumidores com fontes não reguladas):- 44 a - 52 V
Faixa larga (consumidores com fontes reguladas):- 36 a - 60 V

Alarmes e Sinalizadores

As sinalizações e comandos mais comuns presentes tanto nos painéis locais quanto disponíveis nas interfaces de comunicações com sistemas remotos de gerenciamento do sistema de energia CC são:
  • Manutenção
  • Flutuação Anormal das Baterias
  • Retificador Anormal
  • Bateria Desconectada
  • Alimentação AC Anormal
  • Bateria em Descarga
  • Tensão Alta para o Consumidor
  • Bateria em Carga
  • Comando Remoto de GMG suprindo AC
Quadros de Distribuição

Os quadros podem ser de diversos tipos e levam também diversas denominações. Muito comum é denominação QDCC (quadro de Distribuição de Corrente Contínua). Um tipo particular são os QFL (Quadro Final de Fila) utilizados em salas de equipamentos, localizados ao final de fila (daí a sua denominação) do layout dos equipamentos.

Os quadros de distribuição são estruturas metálicas que acomodam os dispositivos elétricos de proteção e chaveamento de cargas. Normalmente são dispositivos do tipo disjuntores e fusíveis , especiais para uso em corrente contínua, devido às características do comportamento da corrente quando chaveadas.

A extinção de energia num disjuntor sob corrente contínua pode provocar um arco-voltaico, portanto são feitos especificamente para essa aplicação. É comum haver o descuido na seleção desses dispositivos, utilizando os especificados à energia AC.

Equipamentos com alimentação dual devem ser alimentados preferencialmente a partir de quadros distintos ou a partir de dois pontos de consumidor de quadro alimentado de forma dual.

Sistemas de Energia CC: Considerações Finais

Tão importante quanto os conhecimentos funcionais e técnicos dos componentes de um sistema e os cuidados que se devem ter na implantação e manutenção corretiva e preventiva do sistema, é o processo de manutenção de um inventário de consumidores sempre atualizado.

Importância da documentação da instalação ( as-built )

Um projeto de um sistema de energia CC deve conter no mínimo:
  • Critérios Gerais do Projeto de Sistema de Energia CC;
  • Plantas de Diagramas Unifilares;
  • Plantas de Arquitetura de Posicionamento e Detalhamento de Quadros e Equipamentos;
  • Memoriais Descritivos de Funcionamento das Unidades de Retificação e Sinalização;
  • Especificações dos Equipamentos;
  • Especificações e Lista de Matérias de Dispositivos e Materiais Utilizados;
  • Manuais de Operação e Manutenção dos Equipamentos e Dispositivos (ex. baterias);
  • Lista de Sobressalentes;
  • Certificado de Ensaios Técnicos dos Equipamentos;
Os projetos devem atender às normas aplicáveis de instalação, e os desenhos de plantas devem atender a normas da ABNT. Recomendamos que a empresa contratante crie seus documentos de especificação de implantação de sistemas de energia CC, de forma a garantir uma boa qualidade na instalação final.

Cuidados na Operação e Manutenção

Pela natureza de seu negócio, a industria de telecomunicações é uma das únicas que tem como prática a manutenção e reparo e modificações de seus sistemas em estado operacional. Este fato requer de sua equipe de técnicos um cuidado maior no manuseio dos equipamentos de energia CC, em especial quanto ao risco de acidentes ocasionados por curto-circuito nos bancos de baterias.

Os técnicos sabem que as tensões nesses barramentos são baixas (na ordem de 2 Volts por elemento de bateria e 24 ou 48 volts no banco de bateria), consideradas não letais, entretanto, o potencial de energia provocado por um curto-circuito pode vir a ser letal. A depender da magnitude de corrente de um curto-circuito é extremamente alta.

Se não dor interrompida a tempos de milésimos de segundos, o perigo e destruição tomam proporções enormes. Podem ocorrer danos de cabos, derretimento de terminais de baterias e barramentos, vaporização de metais pesados, ionização de gazes, arcos voltaicos, liberação de hidrogênio; explosão e incêndio.






ENERGIA CA EM SISTEMA TELECOMUNICAÇÕES

Infraestrutura de Sistemas de Energia CA: O que é?


O Sistema de Energia CA é um conjunto de infraestrutura de componentes e equipamentos eletro-eletrônicos que tem por finalidade prover o suprimento, distribuição e supervisão de energia em corrente alternada (CA) de baixa tensão para as cargas de sistemas e equipamentos instalados em estações de telecom. As cargas consumidoras da energia CA nas estações de telecom são basicamente:
  • sistema de iluminação geral e tomadas;
  • sistema de energia CC (24 ou -48 Vcc);
  • sistema de ar condicionado;
  • alimentação de motores em geral, tais como bombas e elevadores.
Neste tutorial não estarão abordado sistemas ininterruptos de energia do tipo No-break ou também chamadas UPS (Uninterruptible Power System), ou outros tipos de alimentação alternativas, tais como painéis solares, fotovoltaicos etc.

As instalações dos sistemas de energia de corrente alternada merecem um tipo comum de classificação segundo o porte de demanda do consumo de energia, dimensionado em KVA (kilo Volt-Amperes). Essa classificação determina portanto três tipos sistemas de energia CA:

SistemaDemandaAplicável nos casos mais comuns de...
Pequeno Porteaté 60 KVAestações do tipo ERBs
Médio Porte60 a 300 KVAestações centrais
Grande Porteacima de 300 KVAestações e edifícios de grande consumo de energia.

Infraestrutura de Sistemas de Energia CAPrincípio de Funcionamento

 Um sistema de energia AC para aplicação na industria de telecom é dimensionado de maneira a prover alimentações de 127, 220 ou 440 volts AC, monofásico e trifásico, para os consumidores internos de uma planta de telecom, a partir e fontes de energia provenientes da rede de energia elétrica de concessionárias comerciais ou, na falta desta, por geradores locais de energia. Se observado o diagrama a seguir, podemos identificar os principais componentes constituintes de um sistema de energia AC.
Fonte de Energia de Entrada - Representa uma fonte de energia de CA de propriedade de uma concessionária local de suprimentos de energia comercial. Essa fonte de energia pode ser em Alta Tensão ou em Baixa Tensão.

Quadro ou Cabine de Entrada - A distribuição interna ao site de telecom é sempre em Baixa Tensão, em valores de tensão padrões de 127, 220 ou 440 volts AC. No caso de fornecimento em Alta Tensão, o site de telecom terá uma cabine ou subestação local que transforma em uma rede de Baixa Tensão. Este quadro ou cabine de energia é o ponto é o ponto de interface entre o fornecimento externo de energia e os demais elementos do sistema internos à estação.

Grupo Moto Gerador (GMG) - É uma fonte de energia local na própria estação de telecom, constituída por um ou mais grupos moto geradores (GMG). O GMG é um equipamento constituído por um motor a diesel acoplado a um alternador síncrono trifásico, montado sobre uma base comum. Ele poder ser estacionário (fixo) na estação, ou então pode ser um móvel (GMG-M), que é levado e conectado à estação em situações em que houver a falta de energia principal da concessionária.

Quadro de Distribuição Geral - É o quadro que alimenta as cargas instaladas, devendo sempre existir em qualquer configuração de um sistema de energia CA. É desse quadro que é feita a distribuição para outros quadros intermediários de distribuição de energia ao longo da estação telecom. Pelo fato de haver um compromisso de custo de disponibilidade de energia elétrica, as instalações são projetadas considerando o grau de criticidade das cargas. Para tanto, as cargas de energia AC de uma estação podem ser classificadas em normais ou essenciais, ligadas em barramentos de conexões independentes e isolados.

Unidade de Supervisão de Corrente Alternada (USCA) - É a unidade que recebe, controla, protege e comanda a transferência das fontes de energia CA disponíveis na estação, sinalizando seu estado de funcionamento para dispositivos locais ou a sistemas de gerenciamento remoto.

Alimentação DC da USCA - As unidades USCA são alimentadas por uma fonte de energia independente, normalmente proveniente do sistema de energia DC - alimentado por banco de baterias.

Quadro de Transferência Manual/Automático - Destinado a efetuar a comutação automática ou manual da alimentação do barramento essencial pelas fontes de energia CA - comercial ou GMG.
Na seqüência estão descritas algumas informações gerais a respeito das características técnicas e funcionais dos componentes descritos no item anterior.

Quadro Geral de Entrada (QGE) ou Cabine Primária

A alimentação da concessionária local são fornecidas em dois padrões de entrada:
  • Alimentação em baixa tensão 220Y/127 V, 3F+N (3 fases + Neutro)
  • Alimentação em 13,8 k V
O tipo da fonte da entrada de energia CA dependerá da disponibilidade local por parte da concessionária comercial, além do acesso à linha de distribuição mais próxima. A empresa concessionária de serviço local normalmente tem seus padrões definidos para cada região de sua rede de energia. O projeto do site deve levar isto em consideração para a situação de consumo atual e possíveis expansões futuras.

Caso a linha da concessionária seja Alta Tensão, por ex. 13,8 kV, deverá ser provido transformador abaixador para a tensão nominal da estação em 220Y/127 V, 3F+N, 60 Hz. As instalações desse tipo são feitas segunda as normas da empresa de energia local e da norma ABNT NBR-14039 - INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM AT (de 1,0 kV a 36,2 kV), última revisão.

Caso a fonte da concessionária já seja em 220Y/127 V, deverá ser prevista a conexão diretamente a um quadro geral de entrada, que tem por finalidade receber o circuito elétrico proveniente da concessionária através de disjuntor caixa moldada. Essa entrada também contém protetores de surto de tensão ou descargas atmosféricas, instalados entre cada fase e terra, com capacidade típica de 200 kA.

O fornecimento da cabine ou do quadro de entrada deve estar de acordo com os procedimentos e normas da concessionária local. A documentação e projetos necessários são elementos essências para se obter a aprovação junto à empresa de energia. Portanto, é recomendável que seja feita a contratação global do projeto do entrada de energia do site por uma empresa especializada e acostumada no atendimento das normas e procedimentos locais.

Grupo Moto-Gerador (GMG) e Unidade de Supervisão de Corrente Alternada (USCA)

Potência nominal do GMG : é a potência do GMG expressa em KVA, com fator de potência 0,8 indutivo calculada com o motor diesel trabalhando nas condições ambientais de 736 mmHg de pressão, 20ºC de temperatura, 60% de umidade relativa do ar e na rotação nominal
O grupo gerador poderá ser fixo ou móvel. No caso fixo, ele permanecerá montado na estação enquanto o tipo móvel será conectado externamente ao QGE, através de tomada de força apropriada. O grupo gerador diesel deverá ser especificado com potência nominal para uso contínuo compatível com o projeto, para alimentar todas as carga consideradas essenciais da estação após a falha da energia proveniente da concessionária. O gerador será trifásico, auto-excitado, 220Y/127 V, 60 Hz, com grau de proteção compatível para instalação ao tempo.

O GMG funciona sob comando e supervisão de uma USCA. Devido as particularidades de interfaces de conexões entre o GMG e a USCA, é muito comum que o fornecedor do GMG seja o mesmo da USCA.

Para o fornecimento de GMG do tipo fixo na estação, é comum haver os seguintes requisitos que devem ser atendidos pelo fornecedor do GMG e USCA:
  • O grupo será fornecido com quadro de transferência automático, que providenciará a partida e transferência da alimentação automaticamente após a queda de energia. A partida do gerador será através de banco de baterias -48 VCC, montado no próprio grupo. O quadro de transferência deverá ser parte integrante do QGE, facilitando as interligações entre circuito Concessionária e gerador. Deverá também ser possível a partida manual, através de chave manual/automática.
  • Após o retorno da alimentação da concessionária, o sistema elétrico da estação será automaticamente suprido essa fonte normal. Porém deverá existir uma temporização para desligamento do gerador e desconexão dos contatores a fim de se evitar partidas após religamentos constantes da Concessionária.
  • Deve ser avaliada a necessidade de provisão de proteção/diminuição de ruídos, caso o local de instalação da estação seja próximo a área residencial, considerando a legislação vigente no respectivo município. Como regra básica, nessa condição, o nível de ruído durante a operação do grupo não poderá ultrapassar 60 dB, a 10 m de distância.
  • Deve haver um efetivo intertravamento elétrico e mecânico entre os dispositivos de conexão das fontes de energia CA ao barramento da carga, de tal forma que se garanta a não ocorrência de paralelismo das fontes CA, sob hipótese alguma.


Grupo Moto Gerador - Móvel (GMG-M)

Grupo Moto Gerador (GMG)com as unidades de controle.
Para situações em que o projeto da estação telecom leve apenas em conta a necessidade de utilização de um GMG do tipo móvel - onde o índice de confiabilidade do sistema de energia AC não seja crítico, a estação telecom deve prover uma conexão através de tomada de força 4 polos (3F+N), instalada ao lado do QGE, com capacidade e amperagem suficientes para a conexão desse gerador.

Quadros de Distribuição

Os quadros de distribuição são estruturas metálicas que acomodam os dispositivos elétricos de proteção e chaveamento de cargas. Normalmente são dispositivos do tipo disjuntores e fusíveis, especiais para uso em corrente alternadas. Os disjuntores devem conter o número de pólos compatível com o circuito a alimentar não utilizar disjuntores monopolares, conectados por barras, para proteção de circuitos bi ou tripolares possuir barramentos de cobre eletrolítico estanhado atender a norma ABNT/NBR-6808 - CONJUNTOS DE MANOBRA E CONTROLE DE BAIXA TENSÃO, em sua última revisão.

Como regra geral, a distribuição interna da energia do site deverá ser efetuada através de esteiras (leitos para cabos), perfilados ou eletrodutos embutidos, todos especificados em aço galvanizado a fogo, dimensionados conforme o projeto de detalhamento. Circuitos de tensão e isolação de cabos diferentes não podem ser instalados na mesma esteira, eletroduto ou perfilado, sob nenhuma hipótese, devendo possuir separação suficiente para se evitar interferências em sinais eletrônicos ou de controle.

Nos locais de circulação de veículos, é recomendável que os eletrodutos enterrados deverão ser envelopados, a uma profundidade mínima entre o nível superior do envelope e o piso de no mínimo 0,80 m. Quando necessária a instalação de caixas de passagem para as tubulações, estas deverão ser fornecidas em ferro galvanizado a fogo com alças de mesmo material, além de possuir selagem conveniente para os circuitos de entrada e saída e a tampa, garantindo-se a perfeita

Infraestrutura de Sistemas de Energia CAConfigurações

As configurações macro de sistemas de energia CA podem ser estabelecidas levando-se em consideração a qualidade da fonte de energia externa de CA oferecida por uma concessionária, ou mesmo ainda no caso da não existência da mesma. A seguir estão apresentadas algumas das configurações possíveis de instalações desses sistemas de energia, que levam em conta principalmente o grau de disponibilidade desejado para o sistema.

Configuração Sem Energia Comercial - utilização de dois grupos moto geradores (GMG)

Esta configuração pode ser vista em situações de alimentação de Estações Rádio Base (ERB) móveis, utilizadas em eventos temporários.
Configuração Com Energia Comercial em Estações de Médio de Grande Porte - Uma entrada de energia da rede comercial, um GMG fixo e mais uma conexão para GMG-M.

Configuração Com Energia Comercial em Estações de Pequeno Porte - uma entrada de alimentação comercial e um grupo moto gerador (GMG) fixo.
Este tipo de configuração é a mais utilizada quando a rede comercial de energia é confiável. Todas as cargas são do tipo normal, ligadas num único barramento. O GMG atua como elemento de contingência para o caso de queda da energia comercial.

Situação e que a instalação de energia CA contenha elementos de carga essenciais, exigindo um grau maior de contingência, através de uma terceira fonte de energia CA, pelo GMG móvel. Esta configuração é a mais utilizada m estações de médio e grande porte, em que o desligamento de certas cargas essenciais trarão grande impacto na rede e telecom.


Importância da documentação da instalação ( as-built )

Um projeto de um sistema de energia CA deve conter no mínimo:
  • Critérios Gerais do Projeto de Sistema de Energia CA
  • Plantas de Diagramas Unifilares
  • Plantas de Arquitetura de Posicionamento e Detalhamento de Quadros e Equipamentos
  • Memoriais Descritivos de Funcionamento das Unidades de Retificação e Sinalização
  • Especificações dos Equipamentos
  • Especificações e Lista de Matérias de Dispositivos e Materiais Utilizados
  • Manuais de Operação e Manutenção dos Equipamentos e Dispositivos
  • Lista de Sobressalentes
  • Certificado de Ensaios Técnicos dos Equipamentos
Os projetos devem atender às normas aplicáveis de instalação, e os desenhos de plantas devem atender a normas da ABNT. Recomendamos que a empresa contratante crie seus documentos de especificação de implantação de sistemas de energia CA, de forma a garantir uma boa qualidade na instalação final.

Sistema de Aterramento Descarga Atmosférica

Num sistema de energia CA é muito importante a sua conexão ao sistema de aterramento da estação de telecom. As companhias comercias de energia elétrica condicionam a aprovação dos projetos elétricos conjuntamente com o projeto de aterramento. Consideramos que um tutorial deve ser escrito exclusivamente sobre esse assunto, no entanto, traçamos alguns pontos importantes em relação a esse tópico neste tutorial.

Segundo a norma Telebrás para aterramento, um sistema de aterramento para telecom tem por finalidade:
  • segurança do pessoal de operação, manutenção e usuários contra tensões perigosas;
  • proteção contra sobretensões elevadas que possam provocar danos nos equipamentos;
  • limitação dos níveis de ruído e diafonia;
  • uso do terra como caminho de retorno para um dos condutores do circuito de corrente contínua;
  • prevenção contra entrada na rede elétrica local de correntes de alta freqüência geradas por retificadores;
  • atendimento aos requisitos legais, porventura existentes.
Existem inúmeros processos de execução de aterramento, baseados em conceitos técnicos distintos; marcados por muita controvérsia. Sem levar isto em consideração aqui neste tutorial, a seguir estão listadas algumas regras básica para o projeto de um sistema de aterramento:

O aterramento é uma conexão dos circuitos elétricos a um meio condutor (terra) que se torna um plano de referência comum.
Sistema de Aterramento é um conjunto de eletrodos, barramentos e condutores de terra, interligados permanentemente, formando uma unidade de baixa resistência.
  • Deverá ser prevista malha geral de aterramento, através de cabo de cobre nu e hastes de aterramento de aço revestido por camada de cobre, em quantidade suficiente para se obter uma resistência a terra mínima de 5 ohms.
  • Todas as partes metálicas não condutoras da estação, inclusive a torre, cercas, esteiras, caixa telefônica (RF), etc., deverão ser conectadas à malha geral.
  • O neutro da Concessionária, o neutro do gerador, juntamente com as barras de terra e de neutro do QGE, deverão também ser conectados à essa malha, através de uma única barra de cobre centralizadora dessas conexões.
  • A partir da barra de terra do QGE, será provida interligação com cabo isolado à barra de terra do Quadro de Energia CC da estação. A partir dessa barra de terra, deverão ser providos cabos isolados para aterramento individual de todos os sistemas independentes internos à estação. Os quadros eletrônicos também devem ser aterrados através desse cabo isolado.
  • Deverá ser previsto poço de inspeção para medição de resistência de terra. O projetista será também responsável pela medição local da resistividade do solo.
  • Deverá ser previsto um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), tipo Franklin, projetado de acordo com as normas ABNT/NBR-5419 - PROTEÇÃO DE ESTRUTURAS CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS, ou conforme ANSI/NFPA 78 - LIGHTNING PROTECTION CODE -USA, em sua última revisão. O conceito e premissa básicos para o projeto do SPDA deverá ser sua instalação fora do prédio da estação. Isso significa que não poderão ser previstos para raios na parte superior (teto) do prédio, devendo ser projetados os captores em estruturas construídas nas laterais da estação. Os ângulos e áreas de proteção deverão seguir as normas acima referenciadas.
  • As descidas do sistema de proteção atmosférica deverão ser efetuadas com cabo de cobre nu, devidamente protegidas. A conexão ou não do sistema de proteção atmosférica à malha geral de aterramento deverá ser discutida e registrada em ata, com os fornecedores dos equipamentos da estação, durante a fase de projeto, mantendo as garantias operacionais e de manutenção, sob qualquer situação.